O consumo de energéticos pode parecer inofensivo, mas exige atenção quando o assunto é saúde cardiovascular. Afinal, quais os efeitos colaterais do energético?

A busca por mais energia e disposição é comum — principalmente nos dias em que o cansaço fala mais alto. É aí que muitos recorrem às bebidas energéticas. Mas será que esse hábito é seguro para o coração? A resposta pode ser mais complexa do que parece.

Os energéticos são bebidas compostas por cafeína, taurina, açúcar e outros estimulantes. Em uma lata de 250 ml, é comum encontrar até 90 mg de cafeína — o equivalente a quase três xícaras de café. E há opções que ultrapassam essa quantidade, atingindo valores próximos a 300 mg. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), embora o consumo moderado de cafeína possa ser seguro, o exagero é um fator de risco para hipertensão arterial, arritmias e até mesmo infartos.

 

Quando a energia vira sobrecarga
O impacto no sistema cardiovascular começa logo após o consumo de energéticos. A cafeína estimula a liberação de hormônios como adrenalina, o que eleva a frequência cardíaca e a pressão arterial. No longo prazo, esse estímulo constante pode contribuir para o desenvolvimento de doenças como cardiomiopatia e aterosclerose.

De acordo com a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), até pessoas jovens e saudáveis podem apresentar efeitos colaterais devido ao consumo de bebidas energéticas, como taquicardia, tontura, falta de ar e desmaios, principalmente quando a bebida é associada com álcool. A mistura pode gerar um efeito mascarado de embriaguez e levar ao consumo excessivo de álcool e maior risco de desidratação, sobrecarga cardíaca e acidentes.

 

Além do coração existem outros efeitos do exagero
Os sintomas vão além do sistema cardiovascular, já que insônia, nervosismo, ansiedade, tremores, desconfortos gastrointestinais e até mesmo intoxicação por cafeína podem surgir com o consumo exagerado e prolongado dessas bebidas.

Segundo especialistas da Mayo Clinic, pessoas com doenças cardíacas genéticas estão ainda mais vulneráveis, pois o excesso de estimulantes pode ser um gatilho para arritmias potencialmente graves.

 

Moderação é o melhor caminho
Apesar de estar disponíveis em qualquer prateleira, os energéticos não devem ser encarados como bebidas inofensivas. Gestantes, crianças, idosos, hipertensos, diabéticos e pessoas com histórico de problemas cardíacos devem evitar o consumo ou buscar orientação médica antes de ingerir essas bebidas.

Se você sente falta de energia com frequência, é importante investigar a causa. Uma boa alimentação, sono de qualidade e prática regular de atividade física são formas seguras e saudáveis de recuperar a disposição — e cuidar do seu coração.

 

Fontes:

Os efeitos dos energéticos para o coração

Entenda relação entre energéticos e problemas cardíacos