Você já sentiu como se sua mente simplesmente não estivesse mais funcionando depois de horas de concentração intensa? Aquela sensação de cansaço que vai além do físico — como se o ato de pensar tivesse se tornado um esforço? Isso pode ser sinal de fadiga mental.

Esse tipo de cansaço tem sido cada vez mais comum, especialmente em rotinas que exigem foco constante. A fadiga mental vai além de estar apenas “cansado”: ela envolve sonolência, dificuldade de se concentrar, pensamentos confusos, reflexos mais lentos e queda no desempenho. Com isso, até mesmo tarefas simples podem parecer desafiadoras.

Mas, afinal, o que está acontecendo em nosso cérebro nesse estado? E será que o cérebro reage da mesma forma quando estamos em repouso ou em plena atividade mental? A ciência tem buscado essas respostas.

O que a ciência descobriu sobre o assunto

Estudos recentes vêm utilizando o eletroencefalograma (EEG) — tecnologia que mede as ondas cerebrais — para entender melhor como a fadiga mental se manifesta. Em um desses estudos, 20 participantes passaram por atividades de cálculo mental repetitivas, simulando uma carga cognitiva semelhante à de um dia comum de trabalho ou de estudo.

Os pesquisadores analisaram a atividade cerebral dos participantes em dois momentos: enquanto descansavam e enquanto realizavam tarefas — antes e depois de estarem mentalmente fatigados.

O resultado? O cérebro mostra sinais diferentes de fadiga, dependendo do contexto: estar cansado e tentando descansar é diferente de estar cansado e tentando continuar a produzir.

Como o cérebro se comporta com a fadiga?

O estudo analisou diferentes tipos de ondas cerebrais e o que acontece com elas durante a fadiga. Veja o que foi observado:

Esses achados mostram que, mesmo diante da fadiga, o cérebro busca estratégias para continuar funcionando — como aumentar certas ondas que ajudam na atenção e na execução de tarefas. No entanto, isso tem um custo: outras funções, como o estado de alerta e a capacidade de manter o ritmo mental, sofrem. Ou seja, o cérebro até tenta compensar o cansaço, mas não consegue manter todas as engrenagens rodando com a mesma eficiência.

Além disso, os cientistas descobriram que observar as ondas cerebrais durante o descanso pode ser ainda mais eficaz para identificar a fadiga do que durante a atividade.

Por que isso importa para você?

Saber como seu cérebro responde ao cansaço mental pode ajudar (e muito) a reconhecer os sinais, antes que eles atrapalhem sua produtividade ou seu bem-estar.

Se você tem sentido constantemente cansaço, dificuldade de concentração ou rendimento abaixo do normal, talvez seja hora de repensar sua rotina, incluir pausas adequadas e buscar ajuda profissional.

 

Fonte: https://bmcneurosci.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12868-020-00569-1