A maioria das pessoas já teve um episódio de insônia na vida. Ela é um dos distúrbios de sono mais comuns e, de acordo com a Associação Brasileira do Sono (ABS), um em cada três brasileiros sofre dessa condição.
A insônia caracteriza-se pela dificuldade em pegar no sono ou manter sono contínuo durante a noite. Existem dois tipos: a insônia transitória e a crônica.
Quando ficamos ansiosos ou empolgados, por exemplo, como em relação a uma viagem muito esperada, reunião importante de trabalho ou até mesmo com prova escolar, podemos acabar não dormindo o suficiente até a ocorrência desses eventos ? acontece o que chamamos de insônia transitória. Ela também surge em situações de preocupação ou tristeza, mas, em ambos os casos, desaparece após alguns dias, ou em até poucas semanas.
O outro tipo (insônia crônica) é mais intensa do que a anterior e estende-se por meses ou anos. É mais complexa e pode envolver fatores externos como o ambiente e até mesmo outras condições. Por isso, deve ser investigada por médicos especialistas, uma vez que, a condição pode estar associada à outras doenças o que é muito comum no panorama atual das insônias ? chamamos a de insônia comórbida. Além do desconforto, as noites mal dormidas desgastam o corpo e a mente causando dificuldade de concentração, dor de cabeça e estresse, prejudicando o desempenho nas atividades do cotidiano, trabalho e estudos.
A privação de sono prolongada altera o sistema imunológico e está entre os fatores que levam a doenças cardiovasculares, como arritmia, doenças respiratórias (asma) e doenças psiquiátricas (depressão e ansiedade). A lista é longa e inclui obesidade e até diabetes. Por isso, fique atento em como seu corpo está reagindo durante o dia, pois pode ser reflexo da qualidade do sono.
É importante pontuar que além de a insônia causar ou agravar quadros existentes de transtornos de ansiedade e depressão também ocorre o contrário, uma vez que esse distúrbio pode ser um dos sintomas dessas condições emocionais. Como são doenças correlacionadas, independentemente do diagnóstico, um quadro agrava o outro, já que a mente não consegue descansar por conta do excesso de pensamentos.
Afinal, muito tempo acordado gera pensamentos, os quais levam à insônia, que por sua vez causa agitação e, juntas, causam transtornos emocionais e vice-versa, tornando-se um ciclo difícil de ser quebrado sem ajuda médica.
Há grupos mais afetados pela insônia, como as mulheres, principalmente por conta de variações hormonais. Os idosos também fazem parte desse grupo por ter um sono mais fragmentado e apresentar mais comorbidades que interferem no funcionamento diurno-noturno. Ainda que a insônia seja multifatorial, há hábitos saudáveis que influenciam na qualidade do sono e podem ser colocados em prática na rotina:
. Procure deitar-se e levantar todos os dias nos mesmos horários, mesmo aos finais de semana
. Evite cochilar mais do que 30 minutos durante o dia
. Faça atividades físicas pela manhã ou à tarde
. Evite bebidas com cafeína à noite
. Verifique se o quarto está completamente escuro
. Faça atividades relaxantes à noite, como ler ou meditar
. Opte por alimentos leves no jantar
. Evite o uso de telas por pelo menos 1 hora antes de ir para a cama
Caso sinta dificuldade para dormir ou alterações na qualidade do sono, consulte um médico para checar questões físicas e avaliar sua saúde mental. O tratamento da insônia é feito de acordo com cada caso e varia entre terapia, mudança de estilo de vida e medicamentos específicos. O Neurologista é o especialista indicado para o tratamento da insônia e caso o mesmo suspeite de alguma comorbidade deverá encaminhar o paciente para acompanhamento conjunto com outro especialista e incluir uma equipe multidisciplinar no seu tratamento.
Dormir é essencial para o bom funcionamento do corpo e da mente. Incorpore hábitos saudáveis para sua vida!
Fontes: