Saiba como os ciclos hormonais influenciam as crises epilépticas e como adaptar o tratamento para viver com mais qualidade
A epilepsia é uma condição neurológica que afeta milhões de pessoas no mundo, mas quando falamos sobre a saúde da mulher, há particularidades que exigem atenção especial. As variações hormonais, os métodos contraceptivos, a gravidez e o climatério podem influenciar o controle das crises epilépticas e exigir ajustes no tratamento ao longo dos anos.
Da adolescência à fase reprodutiva
Durante a adolescência, as mudanças hormonais podem interferir na frequência e na intensidade das crises epilépticas. Além disso, estudos indicam que adolescentes com
epilepsia têm taxas mais altas de gravidez não planejada, o que torna essencial o aconselhamento médico para garantir segurança e autonomia a essas jovens.
Com o início da vida sexual, surge uma nova questão: a escolha do contraceptivo. Alguns medicamentos antiepilépticos podem reduzir a eficácia de anticoncepcionais hormonais combinados, o que torna métodos como o dispositivo intrauterino (DIU) uma alternativa mais estável, dependendo do caso. O neurologista e o ginecologista devem ser consultados para avaliar a melhor opção para cada mulher.
Outro ponto importante é a epilepsia catamenial, condição em que as crises aumentam antes e durante o período menstrual, afetando cerca de 40% das mulheres. Registrar os episódios em um diário pode ajudar a identificar padrões e permitir ajustes no tratamento.
Epilepsia na gravidez
Se você tem epilepsia e deseja engravidar, o ideal é planejar a gestação com acompanhamento médico. Algumas medicações podem precisar de ajustes para reduzir riscos ao bebê. Além disso, o uso de ácido fólico é altamente recomendado para mulheres em idade fértil que fazem tratamento contínuo contra a epilepsia.
Durante a gravidez, as variações hormonais e de peso podem exigir ajustes na dosagem da medicação. A amamentação é incentivada, mas deve ser acompanhada pelo neurologista para garantir segurança tanto para a mãe quanto para o bebê.
Menopausa e climatério
Com o passar dos anos, o foco do tratamento da epilepsia muda. Na menopausa, a atenção se volta para os efeitos a longo prazo dos medicamentos, inclusive os impactos na saúde óssea e nos riscos cardiovasculares. Por isso, o acompanhamento médico regular continua sendo essencial para assegurar qualidade de vida nessa fase.
Acompanhamento médico: a chave para o controle da epilepsia
Para garantir uma vida plena e segura, o acompanhamento com um neurologista é essencial em todas as fases da vida da mulher que tem epilepsia. Aqui estão alguns pontos importantes:
- Escolha do contraceptivo adequado;
- Planejamento da gravidez;
- Monitoramento contínuo;
- Realização de consultas médicas regulares.
Com informação e cuidado adequado, as mulheres com epilepsia podem viver com qualidade em todas as fases da vida!
Fonte:
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/saude/Contracepcao_PMSP.pdf
https://www.scielo.br/j/jecn/a/Fv3Hbj6YXnzfCPpRwXMrBxh/
https://www.neurologica.com.br/blog/epilepsia-na-mulher-particularidades-e-cuidados/